overno é favorecido por mudanças eleitorais na Venezuela, diz oposição
Para eles, nova lei pode provocar distorções, o que o chavismo nega. País vai às urnas neste domingo (26) para renovar a Assembleia.
A eleição parlamentar do próximo domingo (26) na Venezuela vai ser a primeira a seguir mudanças na lei eleitoral que causaram polêmica e fizeram a oposição reclamar de manipulação pelo governo do presidente Hugo Chávez. Segundo observadores e opositores, as reformas favorecem indiretamente o partido de governo e tornam mais difícil a obtenção de cadeiras pelos partidos minoritários.
"Eles manipularam tudo, fazem o que podem para continuar no poder", acusavam candidatos da oposição durante o encerramento da campanha, que o G1acompanhou no Estado de Miranda. O ataque é contra a lei aprovada em 2009, que faz com que o governo possa obter dois terços dos deputados mesmo que tenha apenas 50% dos votos nacionais; e a oposição poderá ganhar em número de votos, mas não ter uma maioria de cadeiras, uma situação inédita na Venezuela.
A normativa, que existe também em outros países do mundo, estabelece que os Estados menos povoados, onde o governo de Hugo Chávez é mais forte, estarão tão representados no Parlamento como os que concentram maior população, que neste momento são governados pela oposição.
Por exemplo, no estado de Zulia (oeste), que é o mais povoado da Venezuela e atualmente é governado pela oposição, um deputado será eleito com em torno de 255 mil votos, enquanto que no Amazonas (sul), onde Chávez tem maior aprovação, cada parlamentar conseguirá o mesmo com em torno de 50 mil votos.
A oposição considerou a tendência abertamente desfavorável, alegando que o instrumento "não garante o pluralismo" nem a "representação proporcional das minorias".
O governo argumenta que a intenção era apenas equilibrar o poder entre os Estados.
Chavismo A mudança na lei foi definida em uma das últimas decisões da Assembleia Nacional de maioria chavista. A Câmara vai ser renovada com a votação do próximo domingo, e a oposição busca tomar mais de um terço da Casa para evitar a aprovação de projetos de lei que acreditam que são do interesse do presidente. Os opositores querem ganhar pelo menos 55 das 165 cadeiras, para evitar um controle chavista do poder legislativo.
Esse grupo que faz oposição ao presidente tenta voltar ao poder Legislativo depois de ficar alijado por cinco anos. Em 2005, em uma tentativa de deslegitimar o governo de Chávez, a oposição tentou boicotar a eleição parlamentar, e atualmente conta com apenas 17 dos 167 deputados dos 167 que fazem parte da atual Assembleia Nacional.
"A maioria, apesar de ser relativa, ficará com mais deputados que a proporção de votos obtida, e as minorias ficarão subrepresentadas", explicou a ONG Ojo Electoral em um relatório. Essa organização assegura que, segundo projeções baseadas na nova lei, um bloco político que consiga o apoio de 60% do eleitorado poderá obter 90% dos assentos.
O diretor de uma empresa de pesquisas próxima ao governo, Jesse Chacón, disse recentemente que o governismo espera obter entre 50,6% e 54,6% dos votos e obter com isso em torno de 110 deputados, dos 165 que serão eleitos nesta ocasião para formar a Assembleia Nacional.
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