EUA divulgam vídeos da vida cotidiana de Bin Laden
Material apresentado pelo Departamento de Defesa americano neste sábado foi obtido durante operação que matou terrorista
Vídeos da vida cotidiana de Osama bin Laden encontrados na mansão onde o terrorista se escondia no Paquistão foram divulgados pelo Departamento de Defesa americano neste sábado.
As gravações, obtidas pelos Seals da Marinha americana, mostram o terrorista assistindo a si mesmo em reportagem televisiva, assim como preparando mensagem em vídeo para os Estados Unidos.
Bin Laden aparece em material divulgado pelo Pentágono
No total, cinco vídeos foram divulgados. Em um deles, feito em outubro ou novembro de 2010, o ex-líder da Al-Qaeda veste uma espécie de chapéu branco e uma túnica branca, enquanto fala diretamente para a câmera, no mesmo estilo dos pronunciamentos em vídeo anteriores do líder da rede extremista. Não há áudio no vídeo, mas oficiais do Pentágono disseram se tratar de uma mensagem endereçada aos EUA.
Em uma entrevista coletiva em Washington, o Pentágono também divulgou um vídeo de propaganda gravado por Bin Laden.
Grisalho
No vídeo onde é mostrado assistindo a um programa sobre ele mesmo em um canal de televisão árabe, Bin Laden aparece sentado no chão de uma sala, enrolado no que parece ser um cobertor ou casaco, com o controle remoto nas mãos enquanto assiste à televisão. A barba do líder da Al-Qaeda parece muito mais grisalha neste vídeo do que nos vídeos de propaganda da rede extremista.
Não há nada nos vídeos divulgados neste sábado que identifiquem que Bin Laden está no esconderijo onde foi morto em Abbottabad, no Paquistão. Mas, de acordo com a BBC, a divulgação das imagens é parte de um esforço do governo americano para convencer os céticos que Bin Laden foi realmente morto na operação da semana passada.
Uma autoridades do setor de defesa dos Estados Unidos disse neste sábado que a operação que resultou na morte de Bin Laden conseguiu apreender a "maior coleção de materiais importantes ligados ao terrorismo já coletada". As autoridades americanas estão examinando computadores, DVDs, discos rígidos e documentos apreendidos no complexo onde Bin Laden pode ter ficado escondido nos últimos seis anos.
Foto: AFP
Imagem retirada de vídeo mostra ex-líder da Al-Qaeda envelhecido
O material obtido na operação que matou Bin Laden sugere que o ex-líder da Al-Qaeda desempenhou um papel importante no planejamento dos ataques da organização e suas afiliadas no Iêmen e na Somália.
Esconderijo
Também neste sábado, a mais jovem das três esposas de Osama Bin Laden, encontrada na casa onde um comando americano matou o líder da Al-Qaeda, afirmou aos investigadores que o terrorista, de fato, viveu escondido no local pelos últimos cinco anos, segundo autoridades de segurança paquistanesas.
Amal Ahmed Abdulfattah, uma iemenita de 29 anos, foi ferida na perna por tiros disparados pelos soldados americanos que mataram Bin Laden na residência em Abbottabad, cidade localizada a duas horas da capital Islamabad.
Nascida em 27 de março de 1982, de acordo com o seu passaporte iemenita, Amal Ahmed Abdulfattah assegurou que "Bin Laden e sua família viveram no esconderijo por cinco anos", e que ela nunca havia saído da casa.
Sob anonimato, uma fonte de segurança paquistanesa disse, no entanto, que os relatos de Amal ainda não puderam ser confirmados.
Operação
Os militares paquistaneses que chegaram ao local logo após a partida do comando encontraram quatro cadáveres na casa: o de um outro filho de Bin Laden, dos dois guarda-costas do líder da Al-Qaeda (dois kuwaitianos) e o de uma mulher.
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Bin Laden foi morto no dia 1º de maio por forças especiais dos Estados Unidos, que invadiram a mansão onde o ex-líder da Al-Qaeda se escondia no Paquistão.
As forças paquistanesas levaram - e ainda as mantêm presas - 16 pessoas encontradas vivas na residência: três esposas do terrorista, de nacionalidades iemenita e saudita, assim como 13 filhos, segundo as mesmas fontes. A identidade dos dois guarda-costas kuwaitianos está sendo investigada pelos serviços de segurança do Paquistão.
Segundo a agência France Press, vizinhos falaram apenas de "dois irmãos" pashtun (grupo étnico dominante no noroeste do Paquistão), chamados Arshad e Tariq, que seriam os únicos homens que saíam com regularidade da casa para fazer compras.
Arshad e Tariq, que haviam comprado o terreno e mandado construir a casa em 2005, explicaram aos moradores do distrito de Abbottabad que as mulheres que viviam na propriedade eram suas esposas e que elas só deixavam a casa ocasionalmente, à noite e a bordo de uma pequena caminhonete Suzuki vermelha.
*Com AP, BBC e AFP
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