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Região Serrana do RJ enfrenta 2º dia de calamidade causada pela chuva

Written By EDUCACIONAL MACKENZIE on quinta-feira | quinta-feira, janeiro 13, 2011

Região Serrana do RJ enfrenta 2º dia de calamidade causada pela chuva

Ao todo, 381 vítimas das chuvas foram encontradas desde terça-feira. Corpo de bombeiro soterrado na quarta foi achado nesta manhã.

Carolina Lauriano, Aluizio Freire e Thamine LetaDo G1 RJ, em Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis

As chuvas na Região Serrana do Rio deixaram 381 mortos desde terça-feira (11). Em Nova Friburgo, o número de vítimas já chega a 168. Segundo a prefeitura da cidade, 13 corpos foram encontrados na manhã desta quinta-feira (13). Mais corpos também foram encontrados em Teresópolis, onde voltou a chover por volta das 10h30, e em Petrópolis.

Em Campinas, distrito de Sumidouro, a prefeitura confirmou por volta das 12h45 desta quinta, mais 13 mortos. Na região, há previsão de mais mortos e o hospital abriga vários feridos.

Bombeiro soterrado é achado Um dos corpos encontrados nesta manhã é o do bombeiro Vitor Lembo, que estava trabalhando no Centro de Friburgo, na quarta-feira (12), quando foi soterrado com mais dois colegas. Seu corpo só foi retirado dos escombros nesta manhã, sob lágrimas e aplausos. Além da família, colegas de trabalho, como o coronel Suarez, diretor-geral de saúde do Corpo de Bombeiros, e um outro agente vítima do mesmo desabamento, mas resgatado com vida, choravam.

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Em Teresópolis, o número também subiu nesta manhã, passando de 130 para 161, segundo o secretário municipal de Meio Ambiente e Defesa Civil de Teresópolis, Flávio Luiz de Castro. Os corpos foram levados para o IML e a delegacia da cidade. Há ainda 1.200 desabrigados e 1.300 desalojados na cidade.

Pelo novo balanço, o número de total de vítimas até as 9h desta quinta é de 168 mortos em Friburgo, 161 em Teresópolis, 39 em Petrópolis, onde a maioria das vítimas foi encontrada no Vale do Cuiabá, no Distrito de Itaipava, e 13 em Sumidouro. O acesso à Região Serrana ainda é complicado nesta manhã.

Buscas por desaparecidos As buscas por outras vítimas na Região Serrana contam com o apoio de helicópterosnesta quinta (13).

Choveu forte durante a madrugada desta quinta-feira (13) nos acessos a Teresópolis. Na cidade, os bairros mais atingidos, segundo a Defesa Civil, são Caleme, Posse e Campo Grande. A Defesa Civil, que ainda não conseguiu chegar ao bairro de Campo Grande, acredita que mais de duas mil casas tenham sido destruídas pela chuva e que cerca de 150 corpos estejam na região. Eles vão tentar chegar a este bairro nesta manhã.

Os trabalhos de resgate em Petrópolis, que foram interrompidos durante a madrugada por falta de luz, foram retomados às 7h desta quinta. Cento e cinco homens trabalham no resgate. Cem pessoas das comunidades atingidas pelas chuvas foram contratadas para fazer a limpeza das ruas da região. A prefeitura estima que ainda haj de 40 desaparecidos na região. A chuva destruiu cerca de 1.500 residências, com isso há mais de 3 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas.

No Centro de Friburgo, um das áreas mais castigadas, o comércio segue fechado. É grande o volume de lama nas ruas. Na entrada da cidade, o único posto de gasolina aberto nesta manhã tinha cerca de 50 motoristas na fila, tentando abastecer. Parte do sistema de telefonia já voltou a funcionar.

Madrugada de pouca chuva Durante a madrugada, uma chuva fraca atingiu as cidades de Teresópolis, Petrópolis e Friburgo, mas sem registro de novos deslizamentos. A procura por desaparecidos continuou durante a madrugada em Friburgo e Teresópolis, mas teve que ser interrompida em Petrópolis, que estava sem luz. Vários bairros da Região Serrana foram atingidos.

Dilma e Cabral vão sobrevoar a Região Serrana Na quarta-feira (12), o governador do Rio, Sérgio Cabral, pediu ajuda à Marinha no trabalho de resgate. Em resposta, a Marinha disponibilizou dois helicópteros (um Esquilo e um Super Puma) para o transporte de pessoal e equipamentos dos bombeiros. Esses helicópteros se juntam a outros cinco do governo do estado na missão de carregar equipes e equipamentos serra acima. Cabral visitará a região nesta quinta. A presidente Dilma Rousseff, que já liberou R$ 780 milhões para os municípios do Rio de Janeiro e São Paulo atingidos pelas chuvas, também vai sobrevoar a Região Serrana nesta quinta.

Chuvas em ItaipavaItaipava após a chuva que devastou a Região Serrana do Rio de Janeiro (Foto: Aluizio Freire/G1)

O coronel Souza Vianna, comandante do 15º GBM (Petrópolis), afirmou que o trabalho de resgate foi suspenso no trecho da estrada que liga Itaipava a Teresópolis, no sentido contrário ao fluxo do Rio Santo Antônio, conhecido como Vale do Cuiabá, devido à falta de luz e à quantidade de lama.

Já em Teresópolis, segundo o secretário de Meio Ambiente e Defesa Civil do município, Flávio Castro, as buscas continuam em nove dos 17 pontos atingidos pela chuva. Ele afirmou que o trabalho se intensifica nos bairros do Espanhol e Barra do Imbuí. Nas outras áreas, os trabalhos foram suspensos por falta de iluminação, e recomeçam às 6h desta quinta. O secretário estima que há cerca de 25 desaparecidos.

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Falta de luz, telefone e transporte

A infraestrutura da região foi atingida com severidade. Houve falta de luz, telefone e transporte nas três cidades. Bairros inteiros ficaram isolados e só na noite desta quarta-feira (12) equipes de resgate começaram a dar conta da catástrofe em algumas das áreas mais atingidas. Em um desses esforços, foi resgatado com vida, sem arranhões, um bebê de seis mesesde idade em Friburgo. Oitocentos homens da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros tentam localizar desaparecidos em Teresópolis. O secretário do Ambiente do estado do Rio de Janeiro, Carlos Minc, classificou a chuva como a "maior catástrofe da história de Teresópolis". “Não foi possível escolher o que ia cair. Casa de rico, casa de pobre. Tudo foi destruído”, disse a empregada doméstica de 27 anos, Fernanda Carvalho.

A prefeitura designou dois abrigos para receber desabrigados: o Ginásio Pedrão, no Centro de Teresópolis, com capacidade para 800 pessoas, e um galpão no Bairro Meudon, onde podem ser alojadas 400 pessoas. Os desalojados na cidade são 1280 e os desabrigados, 960.

 Oitocentos homens da Defesa Civil e dos Bombeiros participam de resgates em Teresópolis (Foto: Wilton Júnior/Agência Estado)Oitocentos homens da Defesa Civil e dos Bombeiros atuam em Teresópolis (Foto: Wilton Junior/Agência Estado)

Os bairros mais atingidos em Teresópolis foram Bonsucesso, Caleme e Biquinha. Também registraram vítimas Poço dos Peixes, Vale Feliz, Fazenda da Paz, Posse, Paineiras, Jardim Serrano, Parque do Imbuí, Granja Florestal e Barra do Imbuí, Pessegueiros e Salaquinho.

Em Nova Friburgo, a maior parte das vítimas morava no bairro de Conselheiro Paulino. A chuva forte deixou a cidade sem sinal de telefonia, sem luz e sem transporte na quarta (12). À tarde, moradores perambulavam pela cidade cheia de lama sem saber o que fazer. O ginásio de uma escola estadual é usado como necrotério.

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