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Written By EDUCACIONAL MACKENZIE on sábado | sábado, novembro 27, 2010

Surto de cólera no Haiti deve afetar eleições, diz embaixador brasileiro

Mais de 4 milhões estão aptos a votar em presidente e novos parlamentares. Epidemia de cólera deixou 1.648 mortos e segue fazendo vítimas.

Amauri ArraisDo G1, em São Paulo*

No país ainda devastado pelo terremoto de 12 de janeiro e que enfrenta uma epidemia de cólera, mais de quatro milhões de haitianos vão às urnas neste domingo (28),em eleições gerais para eleger presidente, 11 senadores e 99 deputados. ONGs e políticos chegaram a pedir um adiamento do pleito devido ao rápido avanço da doença no país – que já deixou 1.648 mortos e segue fazendo vítimas no país que ainda tem 1,3 milhão de desabrigados pelo terremoto.

Mas para organismos internacionais como a ONU (Organização das Nações Unidas) e a OEA (Organização dos Estados Americanos), a eleição pode ser uma mais uma oportunidade perdida para o país, que já viveu mais de 30 anos sob ditaduras violentas e governos provisórios.

Menina passa por muro com diversos cartazes da campanha em Porto PríncipeMenina passa por muro com diversos cartazes da campanha em Porto Príncipe (Foto: Damon Winter / The New York Times)

“Historicamente, nas eleições para presidente temos um comparecimento de 60%. Mas o temor pelo contágio [do cólera] vai provocar uma redução nessa média. Não temos como fazer uma previsão”, disse ao G1, por telefone de Porto Príncipe, o embaixador do Brasil no Haiti, Igor Kipman. O voto no país é obrigatório, mas segundo o embaixador, não há nenhuma sanção a quem não comparecer às urnas, o que o torna praticamente facultativo. O diplomata não acredita que os violentos protestos entre militantes nesta semana que antecedeu o pleito prejudiquem a eleição. “Há alguns grupos pequenos que tradicionalmente aqui, quando não tem possibilidade de vencer, não querem que se realize eleição”, minimiza.

Mapa mostra localização do país e da capital, Porto PríncipeMapa mostra localização do país e da capital, Porto Príncipe (Foto: Editoria de Arte / G1)

Um total de 1.474 centros de votação foram instalados no país, divididos de acordo com os graus de segurança entre vermelho, amarelo e verde. Um primeiro resultado oficial deve ser divulgado em 7 de dezembro. Dezenove candidatos disputam a sucessão do presidente René Preval, eleito em 2006, numa eleição que teve até uma celebridade cotada, o cantor de hip hop (ex-Fugees) Wyclef Jean, muito popular no país, mas que teve a candidatura rejeitada em agosto por não ter vivido no país nos últimos cinco anos. Entre os que seguem no páreo, a oposicionista Mirlande Manigat, 70, lidera as pesquisas de opinião. Ex-primeira-dama do país, ela foi casada com Leslie Manigat, derrubado em 1988 por um golpe de Estado. Mirlande é seguida pelo candidato de Préval, Jude Célestin, 48, que liderou a agência responsável pela reconstrução do país e teve a candidatura confirmada apenas em agosto. Já Michel Martelly, 44, mais conhecido como “Sweet Micky” é um popular cantor de Kompa, um ritmo local e ocupa um terceiro lugar nas pesquisas, que não apontam nenhum dos favoritos com chances de vencer a eleição no primeiro turno.

Cartaz de seis dos 19 candidatos à Presidência: acima, estão o ex-ministro Jacques Edouard Alexis, a oposicionista Mirlande Manigat e o candidato aliado do atual governo, Jude Célestin; abaixo, estão o cantor Sweet Micky,  o empresário Charles-Henri Baker e o advogado Jean Henry Ceant Cartaz de seis dos 19 candidatos à Presidência: acima, estão o ex-ministro Jacques Edouard Alexis, a oposicionista Mirlande Manigat e o candidato aliado do atual governo, Jude Célestin; abaixo, estão o cantor Sweet Micky, o empresário Charles-Henri Baker e o advogado Jean Henry Ceant (Foto: AFP)

Se as previsões se confirmarem, os dois mais votados devem disputar um segundo turno em 16 de janeiro. Há ainda o temor com a legitimidade da votação e fraudes no processo. Para tentar evitar fraudes, o número de votantes será descontado em 6,1% na hora de calcular a porcentagem obtida por cada candidato. Brasil Resta saber se haverá condições para realização de um segundo turno. Em 2006, Préval foi considerado eleito presidente mesmo ser ter obtido a maioria absoluta dos votos no primeiro turno. Na ocasião, o argumento para cancelar outra rodada de votação foi de que poderia haver mais violência. “O que houve foi um entendimento para adotar uma fórmula de contagem onde entrou a distribuição de votos em branco de maneira proporcional a todos os candidatos. Com isso, Préval passou a ter mais de 50% dos votos”, diz o embaixador Igor Kipman. País com o maior contingente na missão de paz da ONU no país, a Minustah, o Brasil é citado por candidatos durante a campanha como forma de despertar a confiança num eventual futuro governo. Renovado em outubro por mais um ano, a retirada das tropas depende em grande parte da estabilidade política do país.

*(Com agências internacionais)

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